No
início desse ano, eu estava inscrito em outro campeonato, campeonato do qual me
desliguei por motivos que não interessam mais a esse que vos escreve, e 2013
parecia ser um ano sabático, apenas de treinos para me manter competitivo.
Conversando com o meu grande amigo Luiz Henrique, piloto Amizakart, eis que
surge a oportunidade de participar das etapas da categoria OPEN do Amizakart, convite
imediatamente aceito por mim e pelo meu Pai, na época, também chamado pelo
Luiz.
No
dia 27/02 fiz minha estreia na categoria OPEN. Fiz três provas nessa categoria
(no mês de março não houve etapa da OPEN), e em Julho (dia 17), surgiu a
oportunidade de correr na LIGHT, devido a remanejamento interno de pilotos.
Cheguei à categoria nessa data, zerado. Não pude trazer os pontos que acumulara
na categoria OPEN. Contando com essa etapa de Julho, eu teria um total de oito
etapas para tentar aquilo que parecia muito difícil, a classificação para mudar
de categoria em 2014. Bom, fui disputando minhas provas, treinando na semana
anterior com o meu Pai, e os resultados foram aparecendo. Dessas oito etapas,
eu perdi uma, a 1ª etapa de outubro (Tivemos duas nesse mês), num dia que a
cidade do Rio de Janeiro deu um nó no trânsito, devido a uma manifestação de
motoristas de Van... Pois bem, sete etapas pra tentar. Cheguei a Volta Redonda
hoje em quinto lugar no campeonato e pensando comigo, “vou brigar até a última
volta!”.
14ª Etapa – Quase estrago
tudo...
Larguei
bem. Minha “gordice” não me atrapalhou muito, e por sorte, eu só estava 3 kg
acima do lastro da minha categoria. Na largada evitei as confusões e toques
consegui ganhar duas posições e fiquei em segundo. O Chico em terceiro seguido
pelo Marcos Lobo. Na dianteira, o campeão da categoria, Sérgio Coutinho, ditava
o ritmo. Permaneci em segundo por boa parte da prova, me defendendo dos ataques
do Chico e do Marcos, nitidamente mais rápidos que eu, mas não deu. Primeiro o
Marcos superou o Chico e a mim, sem que pudéssemos resistir por mais tempo.
Depois partiu pra cima do Sérgio e também o superou. Nesse momento, por conta
da briga do Sérgio com o Marcos, eu e o Chico, que também vínhamos trocando de
posição curva a curva, chegamos neles. Numa fatídica volta próxima ao final,
passamos os quatro colocados, no vácuo um do outro, e dois botes se aramaram. O
Primeiro do Sérgio pra cima do Marcos, e o segundo, meu pra cima do Chico, mas,
eu errei a manobra. Vi um espaço que achei que dava, meio pista meio zebra,
numa parte de maior velocidade do traçado que utilizamos nessa primeira prova e
bingo. Mifú. Bati de lado com o Chico, e se insistisse na manobra, eu o tiraria
da prova. Sem pensar muito (porque nem temos esse tempo), puxei o meu kart para
dentro da curva = grama e lá fui eu de lado... Quando ele saiu com a frente da
pista e pegou a grama, eu voltei o volante para o outro lado (o sentido que eu
estava indo), dei pé no #14 e consegui voltar a pista. Não cheguei a rodar.
Posso dizer que foi um drift
tabajara, e eu trouxe o malandro de volta pra corrida. Com essa lambança, eu
perdi uma posição pro Marcus Rezende, e fechei a primeira corrida em quinto. O
Chico fez terceiro.
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Lá, fiquei sabendo
que o Sérgio com o resultado da primeira etapa do dia, sagrou-se campeão
antecipado, e que eu ainda poderia brigar com o Chico.
Nesse momento, ele com
180 (salvo engano), eu com 173 pontos.
Peguei
o Kart #10, que foi usado pelo meu Pai na primeira bateria do dia, e lhe
perguntei se estava bom. Resposta, “pra kct!” Vindo dele, sabia que não era
cascata – e não era mesmo. Fomos para o parque fechado, me ajeitei no kart
(hoje aprendi uma lição – vocês entenderão mais a frente), e ao sinal do “meca”,
saí pra qualificar o carrinho. Gostei do freio, do chão, pensei que estava
andando bem, e eis que olho pra o placar e meu kart não está nem entre os dez
primeiros colocados. Pensei: “Deu merda”. Fiz sinal e fui para o parque fechado
trocar de kart. Chegando lá, o chefe dos “Meca” me fala: “Pô, não troca, esse
kart é bom!” Minha resposta: “Pô, mas ele não está aparecendo nem entre os dez
primeiros...” Aí, um segundo “Meca” manda a pérola do dia: “Pô (novamente esse
Pô), ele está com lastro. Amigos, pensem num cara puto. Pensaram? Multipliquem
por 245, elevem ao cubo. Isso é um décimo do que eu senti. EU ESTAVA COM A
MINHA GORDICE, LEVANDO A PORRA DOS 20 Kg DE LASTRO QUE O MEU PAI USOU NA
PRIMEIRA BATERIA DO DIA. PUTA QUE PARIL . COM . BR !!!!
Ainda
assim, consegui largar em décimo segundo, de um total de dezoito karts. Sim,
porque tirei a bosta do lastro e não consegui uma volta rápida cronometrada...
Vamos para a corrida.
Grid
montado, eu “feliz” em décimo segundo, vendo meu adversário direto, Chico, em
sexto. Novamente, pra cima deles! Sim, deles, onze na minha frente! Largamos, e
como diz uma cara que eu acompanho nos comentários de automobilismo, o Mestre
Edgard de Mello Filho, “largar na zona do tiroteio, é fogo sócio”. Escolhi uma
linha externa do traçado escolhido nessa última bateria, com uma grande curva
de raio longo e aberto a direita, e ganhei várias posições. Acho que cheguei a
figurar em oitavo três curvas depois da largada, MAS, no meio do caminho houve
um toque. Houve um toque no meio do caminho. Dois amigos se estranharam numa
curva fechada no miolo do traçado, eu já ia escapando mais uma vez por fora (a
minha saída pela direita estava sinistra hoje) e levei aquele toque de pontinha
na traseira que quase me vira ao contrário, e sei lá como eu consertei o
carrinho, mesmo espalhando mais um pouco. Mantive o rumo, apontado pro lado
certo. Vamos começar tudo de novo.
Sei
lá em que posição eu estava agora, mas não tinha escolha. Faca nos dentes, “sague
nus óiu” e lá fui eu. Escalei um a um, dentre eles o meu Pai que no final da
corrida cansou o pescoço e começou a pendular muito nas curvas. Fui fazendo as
ultrapassagens, passei o Chico, e no final consegui salvar um sexto lugar,
tendo que me recuperar largando lá de trás e me envolvendo numa confusão.
Nisso, o Chico fez décimo segundo – trocamos de lugar nessa bateria. Fomos para
a contagem de pontos e empatamos. No critério de desempate, vitórias, eu levei.
Entendem agora o motivo da minha felicidade e orgulho? Cheguei a Volta Redonda
hoje em quinto lugar no campeonato, e consegui ficar em segundo. Como prêmio,
foi promovido para a categoria PRIME em 2014 !
Bom
pessoal, independente de qualquer resultado, acho que o ano de 2013, ao lado
desses caras do Amizakart, e não quero citá-los para não cometer o erro de
esquecer de alguém, foi um ano de redescoberta pra mim. Depois de vários anos
envolvidos diretamente com organização de campeonato, poder ser apenas piloto,
é sensacional. Muito obrigado a todos pelos momentos que passamos juntos em
2013, e tenho a certeza absoluta que me encontrei realmente dentro de um grupo
de amigos que amam correr de kart, que se respeitam acima de tudo. É muito bom
ter confiança no seu companheiro de prova, saber que você pode dividir uma
curva com ele, e que haverá respeito.
Mais
uma vez, muito obrigado meus amigos do Amizakart. Poder fazer isso com vocês, e
principalmente com o meu Pai, vendo que ele está se divertindo, não tem
preço. Vamos para 2014 agora. Me esperem
com menos “gordice”, mais rápido e mais afim de vencer.
Um
grande abraço a todos, e ótimas festas de final de ano.
Saúde
e Paz.
Maurício
Filho
Parabéns Maurício, pela conquista e pelo post. Gargalhei à vera com o segundo "Pô".
ResponderExcluirHenrique