domingo, 2 de maio de 2010

Boa Felipe ! Parabéns pela iniciativa.

RAMOS/RJ/"REDAÇÃO" (Bom texto do Flavio) - Salve turma ! Reproduzo o belo texto do Flávio Gomes, que nos conta sobre essa belíssima inciativa do Felipe Massa, e de como isso é importante para o automobilismo nacional, inclusive para a turma que pretende seguir em frente, depois do kart, andando de monoposto. Atualmente, estamos sem esse tipo de categoria aqui no Brasil. Leiam o belo texto do Flávio de comentem a vontade.

Fonte:http://esporte.ig.com.br/grandepremio/formula1/2010/04/30/colunawarm+up+o+legado+de+massa+9474052.html

"Coluna Warm Up: O legado de Massa

Massa e seus cupinchas estão fazendo pelo automobilismo nacional mais do que Ayrton Senna fez. E não tinha obrigação nenhuma de fazer, diga-se

Flavio Gomes

Vou fazer uma lista, sem hierarquia alguma, de pilotos brasileiros que, nos últimos anos, conseguiram alguma coisa correndo no exterior. Uns ainda estão por aí, outros pararam, alguns fizeram ou fazem muito sucesso, outros, nem tanto. Mas todos, de um jeito ou de outro, vingaram. Chegaram ao topo, ou perto dele. Lá vai: Felipe Massa, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Tony Kanaan, André Ribeiro, Gil de Ferran, Hélio Castroneves, Ricardo Maurício, Enrique Bernoldi, Ricardo Zonta, Antonio Pizzonia, Cristiano da Matta, Nelsinho Piquet, Augusto Farfus, João Paulo de Oliveira, Lucas di Grassi.

Devo ter deixado vários de lado, sou péssimo em listas, mas isso não importa. Importa é o que todos têm em comum. São filhotes de algo que não existe mais, o automobilismo brasileiro. Nasceram no rastro do sucesso de Emerson, Piquet e Senna, começaram no kart, passaram pela F-Ford, ou pela F-Chevrolet, ou pela F-Renault, ou pela F3 Sul-americana, quando esta tinha relevância. Depois foram para a Europa ou para os EUA, deram suas cabeçadas, mas se viraram.

Alguém há de notar a ausência de Bruno Senna nessa relação, mas não é nada pessoal. A trajetória do primeiro-sobrinho é muito particular. Ele começou tarde, já no exterior, nunca correu de nada no Brasil, seu caminho até a F1 passa, evidentemente, pelo sobrenome, é um caso à parte.)

As categorias de base funcionaram de verdade como escola para toda essa tropa. Aprenderam o ofício correndo em Tarumã, Guaporé e Cascavel, Londrina, Brasília e Goiânia, Interlagos, Jacarepaguá e Curitiba. Isso para não falar do kart. Disputaram corridas com grids cheios, bateram rodas, encararam longas viagens em pequenos caminhões, ficaram em hotéis de quinta, acordaram cedo, dormiram tarde, comeram sanduíches, pizzas frias e esfihas suspeitas, tomaram guaraná de dois litros e café passado.

Mas a escola da velocidade no Brasil se foi. O último suspiro quem deu foi a F-Renault, em 2006, e aí acabou tudo de vez. Por isso que haverá um vácuo nos próximos anos, na medida em que os supracitados forem encerrando suas carreiras.

Há uma luz no fim do túnel, porém. E, claro, não é iniciativa oficial de federação nenhuma, muito menos da entidade nacional, a CBA, a inútil Confederação Brasileira de Automobilismo, que assiste há anos, sob várias gestões, a morte lenta e indolor do esporte pelo qual deveria zelar. Essa luz vem da família de Felipe Massa e de alguns colaboradores, entre eles a Fiat, a Pirelli, a Shell e o Banco Santander, parceiros de duas categorias que, no fim de maio, abrem o que se espera ser uma nova fase do esporte a motor por estas terras.

Eles anunciaram no ano passado a criação do Trofeo Linea, que usará o modelo Linea da Fiat, motor turbo, 215 hp e um monte de bossas, e da F-Future, um monoposto construído na França com motor Fiat 1.8 de 160 hp, câmbio seqüencial de borboleta, telemetria, aerodinâmica refinada e tudo que um menino ou menina precisa para aprender a dirigir um fórmula e, daqui, sair para a vida sabendo alguma coisa.

O Trofeo Linea é de carros de Turismo, não forma propriamente ninguém, será mais voltada a pilotos profissionais, deve proporcionar corridas bem interessantes, especialmente porque os carros são carros de verdade, que podem ser comprados na loja da esquina. Nos interessa mais, aqui, a Future. A um custo relativamente baixo, será o rito de passagem do kart (se a CBA não deixar o kart morrer) para os carros. Dará um baita prêmio ao campeão, a inclusão no programa de desenvolvimento de pilotos da Ferrari. Vai preparar, de verdade, a molecada para o mundão lá fora.

Andei no carro da Linea, uma voltinha. Quando saí do carro, falei com o Felipe pelo telefone, que me pediu, brincando, para falar bem do brinquedinho, eu que falo mal de tudo. Não deu para sentir direito, não sou piloto profissional, claro que adorei, é um canhão, mas dei os parabéns, mesmo, pela iniciativa da Future. De certo modo, Felipe está devolvendo ao automobilismo brasileiro, ao apadrinhar a categoria, aquilo que o automobilismo brasileiro lhe deu. Não que tenha recebido grandes empurrões de entidades oficiais e patrocinadores, nada disso. Mas ele tinha, pelo menos, onde correr. Algo que a garotada deixou de ter, nos últimos anos. E, agora, terá de novo.

Massa e seus cupinchas estão fazendo pelo automobilismo nacional mais do que Ayrton Senna fez. E não tinha obrigação nenhuma de fazer, diga-se; apenas uso o nome do melhor piloto já saído de nossas glebas para dar a dimensão real disso que Felipe está fazendo.

Tomara que dê certo."

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