domingo, 10 de março de 2013

F1 no Aterro: Palhaçada.

RAMOS/RJ/"REDAÇÃO" (Idiotas...) - Salve. Hoje crio esse post, balizado pelas palavras de um grande amigo, André Buriti ( http://sosautodromorj.blogspot.com.br/ ), e é triste ver esse tipo de evento por aqui. Mais triste ainda, é ver alguns amigos, apoiando e assistindo tal momento circense.

Abaixo, o texto irretocável do Buriti.

Tarde demais...

É sábado a noite, chove a cântaros no Rio.

No aterro do Flamengo está sendo montada uma parafernália para uma "demonstração" da Ferrari F10 de Felipe Massa, com o próprio pilotando. Uma demonstração na verdade de como pode se transformar o patrimônio de uma cidade em um espaço fechado para um grande evento, que vem sendo planejado há pelo menos dez anos pelas mentes criminosas que governam a nossa cidade. Em 2006 chegaram a oferecer o mesmo espaço para uma prova de F-Renault, a CBA vetou, o presidente na época depois se afastou, e a regra que dizia que nenhuma cidade que possuísse traçado permanente poderia fazer uma pista de rua caiu também, vide São Paulo que possui Interlagos e agora uma excrecência chamada Circuito do Anhembi, na qual os carros da F-Indy passam a 300 quilômetros por hora por uma reta ondulada separados do trânsito urbano por um alambrado e um muro de concreto provisório.

Parece absurdo? Não, são apenas amostras do poder econômico que quando quer faz qualquer coisa se tornar realidade, para muitos empresários/promotores de evento, o Aterro é "desperdício" já que é público, toda aquela paisagem desperdiçada com pobres que não consomem nada de luxuoso nem de grife, um absurdo que está com os dias contados, pois no domingo dia 10 de março, oficialmente estará sendo inaugurado o "circuito da Cidade do Rio de Janeiro", nas alamedas do parque criado por Lotta Macedo Soares, ela mesma entusiasta do esporte a motor mas que criou o Parque para ser apreciado a baixas velocidades, fazendo as pistas abauladas e de raio longo, coisa que inviabiliza para corridas de automóvel.

O evento de domingo será a forma de provarem que um carro de F1 pode andar no Aterro, e quando a foto da Ferrari F-10 estiver estampada em todos os sites especializados de automobilismo do mundo, com a pedra do Pão de Açúcar ao fundo, a massa de água azul da baía de Guanabara sob um sol de eterno verão com o público servindo de moldura, todos urrarão por uma pista no Aterro, custe o que custar, principalmente os patrocinadores. Porque será a primeira vez que se terá algo realmente novo e vendável para o "negócio" F1, que há anos patina em eventos em países exóticos e caros.

Agora, em um momento que a popularidade do esporte a motor no país encontra-se em baixa, vem o Felipe Massa promover  um evento patrocinado por uma marca de energético, principal patrocinador da equipe, enfim, ele deu uma entrevista explosiva, mas inócua, criticou, lamentou, acusou medianamente, mas é tarde demais.

Durante anos procuramos pilotos brasileiros de ponta, inclusive o próprio Massa, que, blindado por sua assessoria de imprensa nunca divulgou uma única notinha sobre o assunto, e agora em que está prestes a afiançar um crime contra o patrimônio da cidade vem com essa baboseira de "sensibilizar os dirigentes", desculpe meu jovem, você teve sua chance, chegou a andar em Jacarepaguá na época da F-Chevrolet, lembra? Não faz muito tempo, essa categoria nem existe mais, nem os carros, provavelmente os troféus que ganhou jazem empoeirados em algum canto de uma de suas casas, enfim, o Brasil nunca significou nada  além do lugar onde nasceu e criou sua família, porque esporte a motor aqui praticou muito pouco para ajudar a influenciar alguma coisa.

Massa foi a raspa do tacho da Era Senna, o último dos moicanos que veio de baixo, e na raça cavou seu lugar ao sol, o que temos hoje pilotando no Brasil ou são empresários velhos demais para almejaram alguma coisa melhor que um terceiro piloto de uma  Le Mans Series ou filhinhos da papai jovens demais e com talento de menos para conseguir um cockpit de primeira linha nas categorias top internacionais.

Entusiastas existem, bons pilotos existem, mas aqui não temos mais automobilismo, ele foi extinto em nome do lucro exorbitante e fácil. O fim do autódromo de Jacarepaguá baniu definitivamente o automobilismo da visibilidade midiática, a pouca que ainda tinha para gozo dos empresários do futebol e do olimpismo, que assim podem abocanhar as poucas verbas publicitárias ainda existentes com mais facilidade ainda.

Lamento pelo automobilismo brasileiro ter como defensor de momento uma pessoa que amanhã a essa hora terá assinado o atestado de óbito do Aterro do Flamengo como parque público, abençoado pelo poder econômico e pela leniência de um prefeito criado nos condominios da Barra da Tijuca que não tem sequer idéia do que significa esse espaço dentro da história de nossa cidade.

Deixo abaixo o texto e o link da entrevista pubicada no Grande Prêmio, saiu em outros sites, mas essa é a que fala com todas as letras sobre tudo isso.


09/03/2013 19:47

Massa critica e espera que evento da Ferrari mude “mentalidade de quem está no comando” do esporte no Rio


Às vésperas de guiar F10 nas ruas do Rio de Janeiro, Felipe Massa saiu em defesa da construção de um novo circuito carioca. Piloto classificou destruição de Jacarepaguá como “uma besteira” e disse que espera que TNT Street Race possa sensibilizar dirigentes para a construção de um novo espaço


Às vésperas de guiar um F10 nas ruas do Rio de Janeiro, Felipe Massa saiu em defesa da construção de um novo circuito no estado. Em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel em Copacabana, o piloto da Ferrari criticou a destruição do circuito de Jacarepaguá e disse esperar que o TNT Street Race ajude a sensibilizar as autoridades locais. Neste domingo (10), o companheiro de Fernando Alonso vai guiar a Ferrari de 2010 no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro

“É muito triste o que aconteceu com o autódromo do Rio, um autódromo que já foi considerado muitas vezes um dos mais importantes do meio da F1, a pista mais bacana de pilotar”, comentou. “Nunca tive a chance de correr no Rio, mas acho que foi uma pista muito importante para o meio da F1, e ver aquilo que aconteceu é muito triste, principalmente para um piloto como eu, para um esporte tão importante, que é a F1”, continuou o brasileiro.
(continua clicando aqui)

Provavelmente ele não irá ler este modesto blog, mas se pudesse estar frente a frente com ele pediria encarecidamente que ele não colocasse carro na pista, mas que o levasse até a linha de largada saísse do carro e pedisse o microfone, e dissesse que rua não é pista, que um carro de F1 só voltará a andar no Rio quando tivermos o nosso autódromo de volta, de preferencia Jacarepaguá, na Restinga de Itapeba, de onde nunca deveria ter saído.

O resto é história.

Nos vemos na pista.

Mais links aqui e aqui
Fonte: http://sosautodromorj.blogspot.com.br/2013/03/tarde-demais.html

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